sábado, 28 de janeiro de 2012

Reformadores Históricos


                        (Wyclif - 1329-1384) reformista inglês - tradutor bíblico

VISÃO GERAL
Um século e meio antes que a Europa entrasse na Reforma Protestante, um estudioso de Oxford estava plantando as sementes. Ele liderou a primeira tradução da bíblia do latim para o inglês.
Nascido em Yorkshire, Wycliffe estudou na Universidade de Oxford aonde recebeu um doutorado em teologia em 1372. Ele logo se tornou o teólogo mais eminente de seu tempo e usou isso para criticar o que ele via como excessos na igreja.
VISÃO REFORMISTA
Wycliffe tem sido chamado de "Estrela da Manhã do Reformismo" porque ele audaciosamente questionou a autoridade papal, criticando a venda de indulgências (que supostamente livrava a pessoa do castigo no purgatório), renegava a existência da doutrina aonde se diz que o pão e o vinho se transformam no corpo e sangue de Jesus em si durante a comunhão e falava contra as hierarquias dentro da igreja. O papa reprovou Wycliffe pelos seus ensinamentos heréticos e pediu que a Universidade de Oxford o demitisse. No entanto, tanto a universidade quanto muitos líderes do governo ficaram do lado de Wycliffe, e assim, ele conseguiu sobreviver aos ataques do papa.
Wycliffe acreditava que o único jeito de sua luta prevalecer à autoridade abusiva da igreja seria disponibilizar bíblias ao povo em seus idiomas. Assim, eles poderiam ler por eles mesmos como cada um poderia ter um relacionamento pessoal com Deus através de Jesus Cristo - à parte da autoridade eclesiástica. Wycliffe e seus colegas terminaram o Novo Testamento por volta de 1380 e o Velho Testamento em 1382. Ele concentrou seus esforços no Novo testamento enquanto Nicholas de Hereford, um colega, fez grande parte do Velho Testamento. Wycliffe e seus funcionários, não tendo familiaridade com o grego, traduziram o texto do latim para o inglês.
Depois que terminou a tradução, Wycliffe organizou um grupo de paroquianos pobres para saírem pela Inglaterra pregando as verdades cristãs e ler as escrituras na sua língua materna para todos aqueles que quisessem ouvir a Palavra de Deus. Como resultado, a Palavra de Deus se tornou disponível para muitos ingleses.
OPOSIÇÃO
Wycliffe era amado e odiado ao mesmo tempo. Seus inimigos eclesiásticos não esqueceram de sua oposição ao poder deles e seu esforço bem sucedido de tornar as escrituras disponíveis a todos. Várias décadas depois de sua morte, eles o condenaram de heresia, desenterraram seus restos mortais, queimaram e jogaram suas cinzas no Rio Swift. Um dos colegas mais íntimos de Wycliffe, John Purvey (1353-1428), continuou o seu trabalho produzindo uma revisão de sua tradução em 1388. Purvey era um excelente aluno e seu trabalho foi muito bem recebido tanto pela sua geração como pelas que vieram depois. Dentro de menos de um século, a revisão de Purvey havia substituído a Bíblia Wycliffe original.


Jan hus
Jan Hus (Hussenic, Boémia do Sul, 1369 á Constança, 6 de julho de 1415) foi um pensador e reformador religioso. Ele iniciou um movimento religioso baseado nas idéias de John Wyclif. Os seus seguidores ficaram conhecidos como os Hussitas. A igreja católica não perdoou tais rebeliões e ele foi excomungado em 1410. Condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado vivo.
Um precursor do movimento protestante (ver: Reforma Protestante), a sua extensa obra escrita concedeu-lhe um importante papel na história literária checa. Também é responsável pela introdução do uso de acentos na língua checa por modo a fazer corresponder cada som a um símbolo único. Hoje em dia a sua estátua pode ser encontrada na praça central de Praga.

SUA INFANCIA E ESTUDOS

Jan Hus, o famoso reformador da Boémia, nasceu em Hussenic(75 km s. s. w. de Praga) possivelmente a 6 de Julho de 1369, como se acredita, tendo sido queimado vivo em Constança a 6 de Julho de 1415. O nome Hus é a abreviação do seu lugar de nascimento, feita pelo próprio, em cerca de 1399; anteriormente era conhecido como Jan Hussenic, ou, em Latim, Johannes de Hussinetz. Seus pais eram Tchecos de poucas posses.
Teve de ganhar a vida cantando e prestando serviços na Igreja. Sentiu-se atraído pela profissão clerical não tanto por um impulso interior mas pela atração de uma vida tranqüila como clérigo. Estudou em Praga, onde terá estado por volta dos anos 80. Foi grandemente influenciado por Stanislaw ze Znojma, que mais tarde se tornaria seu amigo íntimo e finalmente um grande inimigo. Como estudante, Hus não mostrou grande distinção. Nos seus escritos usava freqüentemente citações de Wyclif. Era uma personalidade de temperamento quente. Em 1393 ele fez o Bacharelato em Letras, em 1394 o Bacharel em Teologia, e em 1396 O Mestrado. Em 1400 foi ordenado padre, em 1401 tornou-se reitor da faculdade de Filosofia, e no ano seguinte foi reitor da Universidade Carlos. Em 1402 foi nomeado também pregador na Igreja de Belém em Praga, onde pregava em língua checa.

INFLUENCI DE WYCLIFF NA BOÉMIA

No seguimento do casamento da irmã do rei Venceslau, Anne, com Ricardo II da    Inglaterra em 1382, os escritos filosóficos de Wyclif tornaram-se conhecidos na Boemia. Como estudante, Huss tinha sido atraído por eles, particularmente pelo seu realismo filosófico. A sua inclinação para as reformas eclesiásticas foi despertada pelos escritos teológicos de Wyclif. O chamado Hussismo das primeiras décadas do século XV não era mais do que Wyclifismo transplantado para solo Boêmio. Como tal continuou até à morte de Hus, tornou-se depois Utraquismo e seguidamente Taboritismo (ver também: Guerras Hussitas).
Os escritos teológicos de John Wyclif espalharam-se rapidamente pela Boemia, trazidos em 1402 por Jerônimo de Praga, renomado bacharel que havia estudado na Universidade de Oxford (onde Wyclif lecionara no século XIV) e que, mais tarde, tornou-se amigo e seguidor de Huss. Tais escritos causaram profunda impressão em Hus. A Universidade decretou-se contra as novas doutrinas, e em 1403 proibiu uma deputação sobre 45 Teses tiradas em parte de Wyclif. Sob a tutela do Arcebispo Zbyněk Zajíc (desde 1403), Hus gozou inicialmente de boa reputação. Em 1405 ele estava activo como pregador sinodal, mas o bispo foi forçado a depor contra ele devido aos ataques dele contra o sacerdócio.
Hus pregava o Sacerdócio Universal dos Crentes, no qual qualquer pessoa pode comunicar-se com Deus sem a mediação humana.


                                                  LUTERO (1483-1546)
                                                    Pai da reforma alemã

VISÃO GERAL
Há alguns anos atrás, quando as pessoas começaram a listar as pessoas mais importantes do segundo milênio, Martinho Lutero se encontrava no topo ou quase no topo da maioria das listas. Ele simplesmente mudou o mundo, se atrevendo a desafiar a corrupção da igreja católica romana e dando início a uma reforma social política e espiritual.
EBULIÇÃO DO PROBLEMA
Em 1517, Lutero foi despertado quando bem perto de onde ele estava John Tetzel, pregou uma indulgência aonde uma teologia crua foi acompanhada por um materialismo crasso. Lutero rapidamente protestou desenhando noventa e cinco teses para debate, as quais ele colou na porta da igreja em outubro 31, 1517. Quando foi traduzido e altamente circulado, essas teses causaram uma explosão de sentimentos contra a igreja que acabou com a indulgência. Em conseqüência disso a teologia de Lutero não podia mais passar desapercebida e ele sofreu imediatamente pressões eclesiásticas.  
RECONSTRUINDO UMA RELIGIÃO
Espalhar a reforma às paróquias formava uma parte essencial da reconstrução. Lutero viu claramente a necessidade por educação e publicou um apelo a escolas cristão em 1524, trabalhou com Melanchthon num plano para educação popular nas instruções para a visitação a Saxon em 1528 e pregou aos pais sobre mandar os seus filhos a escola em 1530. Tanto a instrução espiritual como a secular era necessária para curar a ignorância predominante no fim da Idade Média. Para ajudar os pastores a proverem isso, Lutero compôs uma obra chamada Large Catechism em 1528 e depois a mais famosa chamado de Small Catechism em 1529. Mais adiante ele fez uma exposição simples sobre o credo, a oração do Senhor, os dez mandamentos e os dois sacramentos. Ele também ofereceu formas de confissão, orações para hora da manhã e para a noite e para antes das refeições. Para suprir mais pastores e professores hábeis para a paróquia ele apoiou Melanchthon nas reformas universitárias, especialmente nas faculdades teológicas.
LEGADO
Essa figura humana tinha dons extraordinários. Talvez a coisa mais notável dele era a sua versatilidade. Sem ao menos ser um lingüístico excepcional ele tinha o domínio da linguagem bíblica. Esse domínio seguia de mãos dadas com um discernimento teológico raro. Lutero conseguia enxergar a fundo às perguntas teológicas e expressáva-se com uma originalidade e força impressionante. Lutero contribuiu mais do que a vasta maioria de dogmáticos para a teologia verdadeira. No entanto, Lutero não era nenhum acadêmico ou teorista teológico. Preocupações teológicas e pastorais o levaram a atacar as indulgências que derrubaram o sistema medieval. A sua habilidade lingüística produziu uma das melhores traduções bíblicas de todos os tempos. A sua combinação de conhecimento bíblico com a simplicidade gráfica de declaração e de realidade vital de fé fez dele um pregador eminente e efetivo. Por trás de tudo, é claro, tinha a sinceridade de uma pessoa que fora trazida a essa missão não por especulação abstrata mas pela realidade do pecado, graça, perdão e fé. Os seus trabalhos são todos vibrantes e desafiadores, pois eles não vieram somente do estudo, mas da vida e ação.
Lutero fez um trabalho que provavelmente nenhum outro poderia ter feito. Ele fez porque ele tinha a combinação necessária de aprendizado, discernimento, caráter e fé.
Fonte de pesquisa: Wikipédia – a enciclopédia livre e a Bíblia animada ILUMINA

                     A teologia da graça de Lutero

O desejo de obter os graus acadêmicos levaram Lutero a estudar as Escrituras em profundidade. Influenciado por sua formação humanista de buscar ir "ad fontes" (às fontes), mergulhou nos estudos sobre a Igreja Primitiva. Devido a isto, termos como "penitência" e "honestidade" ganharam novo significado para ele, já convencido de que a Igreja havia perdido sua visão de várias das verdades do cristianismo ensinadas nas Escrituras - sendo a mais importante delas a doutrina da chamada "Justificação" apenas pela fé. Lutero começou a ensinar que a Salvação era um benefício concedido apenas por Deus, dado pela Graça divina através de Jesus Cristo e recebido apenas com a fé.
Mais tarde, Lutero definiu e reintroduziu o princípio da distinção própria entre o Torá (Leis Mosaicas) e os Evangelhos, que reforçavam sua teologia da graça. Em conseqüência, Lutero acreditava que seu princípio de interpretação era um ponto inicial essencial para o estudo das Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distinção da Lei e dos Evangelhos era a causa da incorreta compreensão dos Evangelhos de Jesus pela Igreja de seu tempo, instituição a quem responsabilizava por haver criado e fomentado muitos erros teológicos fundamentais.

          A controvérsia por causa das indulgências

Além de suas atividades como professor, Martinho Lutero ainda laborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de "Todos os Santos" - por causa de ali haver uma coleção de relíquias, estabelecidas por Frederico II de Sabóia). Foi durante este período em que o jovem sacerdote deu-se conta dos efeitos em se oferecer indulgências aos fiéis, como se fossem fregueses.
A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo temporal que alguém permanece devedor por conta dos seus pecados, de cuja culpa tenha se livrado pela absolvição. Naquele tempo qualquer pessoa poderia comprar uma indulgência, quer para si mesmo, quer para um parente já morto que estivesse no Purgatório. O frade Johann Tetzel fôra recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências com o objetivo de financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em Roma.
Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso que poderia confudir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiro. Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Segundo a tradição, a 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Estas teses condenavam a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso, e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgèncias significavam. Para todos os efeitos, nelas ele não questionava diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.
As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas haviam se espalhado por toda a Alemanha e em dois meses por toda a Europa. Este foi o primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel primacial, pois facilitava uma distribuição simples e ampla de qualquer documento.

O cativeiro babilônico

Lutero gerou polêmicas doutrinárias em seu "Prelúdio no Cativeiro Babilônico da Igreja", em especial no que diz respeito aos sacramentos.
  • Eucaristia - apoiava que fosse devolvido o "cálice" ao laicado; na chamada questão do dogma da transubstanciação, afirmava que era real a presença do corpo e do sangue do Cristo na eucaristia, mas rechaçava o ensinamento de que a eucaristia era o sacrifício oferecido por Deus.
  • Batismo - ensinava que trazia a justificação apenas se combinado com a fé salvadora em o receber; de fato, mantinha o princípio da salvação inclusive para aqueles que mais tarde se converteriam.
  • Penitência - afirmou que sua essência consiste na palavra de promessa de desculpas recebidas com fé.
Para ele, apenas estes três sacramentos podiam assim ser considerados, pois sua instituição era divina e a promessa da salvação de Deus estava conexa a eles; mas, em sentido estrito, apenas o batismo e a eucaristia seriam verdadeiros sacramentos, pois apenas estes tinham o "sinal visível da instituição divina": a água no batismo e o pão e vinho da eucaristia. Lutero negou, em seu documento, que a confirmação, o matrimônio, a ordenação sacerdotal e a extrema unção fossem sacramentos.

 Liberdade de um Cristão

Da mesma forma, o completo desenvolvimento da doutrina de Lutero sobre a salvação e a vida cristã foi exposto em "A liberdade de um cristão" (publicado em 20 de novembro de 1520, onde exigia uma completa união com Cristo mediante a palavra através da fé, e a inteira liberdade do cristão como sacerdote e rei sobre todas as coisas exteriores, e um perfeito amor ao próximo).

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